“Especialistas das unidades de transmissão das Forças Armadas russas ligaram e reconfiguraram, para transmitir canais russos, o último dos sete transmissores de televisão na região de Kherson”, disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.
O comunicado referiu que cerca de um milhão de habitantes da região têm agora acesso “gratuito” aos principais canais russos, em particular os do grupo público VGTRK, cujas notícias refletem de forma fiel a visão do Kremlin.
Fazendo fronteira com a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, a região de Kherson foi conquistada pelo exército russo nos primeiros dias da invasão da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro.
Desde então, Moscovo tem seguido uma política de “russificação” dos territórios que controla no sul da Ucrânia, tendo introduzido a moeda russa, o rublo, e começado a distribuir passaportes russos.
O chefe-adjunto da administração civil e militar pró-russas de Kherson, Kiril Stremousov, disse hoje que a região poderia ser anexada à Rússia “antes do final do ano”.
“Teremos um referendo este ano. E no final deste referendo, nos dirigiremos aos líderes da Federação Russa para que nos aceitem dentro da Rússia”, afirmou Stremoussov, citado pela agência de notícias russa TASS.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 15 milhões de pessoas de suas casas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A ONU confirmou que 4.569 civis morreram e 5.691 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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