O chamado “caos do salmão” chegou esta quinta-feira, dia 26, à legislatura de Taiwan e tem causado aceso debate entre parlamentares e cidadãos pelas redes sociais. Tudo começou quando um restaurante de sushi muito popular por todo o país, chamado Sushiro, introduziu uma promoção que, essencialmente, oferecia sushi e refeições completas aos clientes cujo nome incluísse os carácteres chineses correspondentes à palavra “salmão”.
A resposta foi imensa e, segundo os dados do governo, 331 pessoas pagaram uma taxa administrativa para mudarem oficialmente o seu nome e aproveitarem a promoção. Nasceram assim novos nomes como “Sonho de Salmão” ou “Salmão que Dança”.
O governo criticou esta estratégia de negócios por parte do restaurante e alertou para que os cidadãos fossem “racionais” e pensassem duas vezes antes de sobrecarregar os serviços governamentais do país.
Mas porque é que este tema chegou agora ao parlamento em Taipei? O governo de Taiwan apenas permite que os seus cidadãos mudem de nome três vezes, o que representa um enorme problema para muitos dos que decidiram participar no “caos do salmão”. Ao que parece, algumas das pessoas que aproveitaram a promoção para comer de graça já tinham mudado de nome mais de duas vezes por outras razões, pelo que, agora, não têm alternativa a não ser manter o seu novo nome à base de “salmão”.
É aqui que entram os parlamentares de Taiwan, que estão a considerar alterar a lei que limita o número de mudanças de nome permitido. Algumas das soluções equacionadas incluem a imposição de um período de reflexão entre mudanças de nome – cada pessoa teria, por exemplo, um período de 10 dias em que seria possível reverter a decisão inicial – ou uma taxa suplementar por cada modificação pretendida.
O grupo dos que apoiam o projeto de mudança de lei parece ter a maioria no parlamento, mas ainda não há uma decisão final. Muitos invocam que o governo não deveria interferir na liberdade dos cidadãos, mesmo que isso implique uma avalanche de mudanças de nome. “A nossa confiança na racionalidade cívica é demasiado baixa”, disse Kuan Bi-ling, uma deputada do Partido Democrata Progressista de Taiwan, que lidera o parlamento atualmente.