“Para as eleições deste ano me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve”, disse Dória, num pronunciamento público.
Doria, cuja intenção de voto não ultrapassou 5% em todas as sondagens já divulgadas no país, desistiu da candidatura após enfrentar resistência dentro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de que é filiado, apesar de ter sido escolhido como candidato presidencial em eleições primárias internas organizadas no ano passado.
“Não sou a escolha da liderança do PSDB. Aceito essa realidade de cabeça erguida”, admitiu Doria.
Partido do ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o PSDB se reunirá na terça-feira para tentar definir uma posição oficial nas presidenciais marcadas para outubro e negociar um nome consensual com dois outros partidos que pretendem formar uma coligação de centro-direita, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Cidadania.
O bloco político tem defendido publicamente uma candidatura única ambicionando quebrar a polarização entre o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas sondagens de intenção de voto, a menos de cinco meses das eleições.
No seu discurso, Doria salientou que o Brasil precisa de uma alternativa para atender aos eleitores que rejeitam os extremos, numa alusão indireta a Bolsonaro e Lula da Silva.
“Eles não querem aquele que esteve envolvido em escândalos de corrupção e nem aquele que não conseguiu salvar vidas, não conseguiu salvar a economia e que envergonha nosso país em todo o mundo”, acrescentou o ex-governador de são Paulo, que deixou o cargo no final de março para tentar a disputa presidencial.
Quem deverá assumir a candidatura deste grupo de centro-direita conhecido como ‘terceira via’ é a senadora Simone Tebet, cuja intenção de voto gira em torno de 2%, o que reflete as poucas opções do bloco diante das eleições.
CYR // LFS