Todos os 18 segmentos do espelho principal do telescópio parecem estar a funcionar corretamente, um mês e meio depois do início da missão, referiu a agência espacial norte-americana.
O primeiro ‘alvo’ do telescópio foi uma estrela brilhante, a 258 anos-luz de distância, na constelação da Ursa Maior.
“Foi simplesmente um momento de uau”, confessou Marshall Perrin, do Space Telescope Science Institute, em Baltimore.
Nos próximos meses, os segmentos de espelhos hexagonais serão alinhados e focados como um só, permitindo que as observações científicas comecem até ao final de junho.
Este observatório espacial, avaliado em cerca de 10.000 milhões de dólares (cerca de 8.800 milhões de euros) foi lançado em 25 de dezembro.
O espelho, banhado a ouro, é o maior já lançado para o espaço e uma câmara de infravermelhos no telescópio tirou uma foto ao espelho, como uma ‘selfie’, enquanto um dos segmentos olhava para a estrela ‘alvo’.
A NASA divulgou a ‘selfie’ nas suas redes sociais.
Depois de anos a trabalhar neste projeto, “é inacreditavelmente satisfatório” ver tudo a funcionar tão bem como até agora, sublinhou Marcia Rieke, cientista principal da câmara de infravermelhos, da Universidade do Arizona.
O novo telescópio, que começou a ser desenvolvido há mais de 30 anos, resulta de uma parceria entre a ESA e as congéneres norte-americana (NASA), líder do projeto, e canadiana (CSA).
O envio do James Webb para o espaço foi sucessivamente adiado, ano após ano.
Engenheiros do ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade estão envolvidos na segurança das operações de lançamento e a astrónoma portuguesa Catarina Alves de Oliveira, que trabalha no Centro de Operações Científicas da Agência Espacial Europeia (ESA), em Espanha, é responsável pela calibração de um dos instrumentos do Webb.
Os astrónomos esperam com o telescópio, que deve o seu nome a um antigo dirigente da NASA, obter mais dados sobre os primórdios do Universo, incluindo o nascimento das primeiras galáxias e estrelas.
O James Webb permitirá captar a luz ténue de corpos celestes ainda mais distantes, de há 13,5 mil milhões de anos, quando o Universo era bastante jovem (a idade estimada do Universo pela teoria do Big Bang é 13,8 mil milhões de anos).
O novo telescópio é apontado como o sucessor do Hubble, em órbita há 31 anos, a 570 quilómetros da Terra.
Dada a distância a que estará da Terra, o Webb não poderá ser reparado em órbita, ao contrário do Hubble, pelo que a sua “esperança de vida” é curta, de cinco a dez anos.
com Lusa