São mais de 20 as mulheres de diferentes partes do Reino Unido que relataram à Sky News experiências muito semelhantes. As jovens, estudantes em Liverpool ou Manchester, por exemplo, afirmam terem sido injetadas com uma droga que as fez perder a consciência e a memória.
“Foi a minha primeira noite depois do regresso à universidade e pensei que ia ser muito divertida, com todos os meus amigos, mas correu terrivelmente mal”, conta Sarah Buckle, estudante em Nottingham, acrescentando ainda que teve medo de ser violada ou até morrer.
Apesar de a jovem não ter qualquer lembrança do que aconteceu nessa noite, os amigos contam que Sarah, além de ter vomitado e perdido a consciência, não conseguia pronunciar palavras. Depois de passar dez horas no hospital, percebeu, quando acordou, que tinha um hematoma na mão, que ficava cada vez mais escuro e doloroso à medida que o tempo passava. “As enfermeiras disseram-me que parecia que eu tinha sido picada por uma agulha. Pensei imediatamente em HIV, hepatite…”, descreve.
Outra jovem que contou a sua história à Sky News, Zara Owen, também acredita que foi atingida por uma injeção na coxa, onde tinha marcas de uma picadela e uma dor forte no dia seguinte, numa saída à noite. A estudante de 19 anos afirma que não tem qualquer memória dessa noite e que fica ansiosa quando pensa no que podia ter acontecido, caso não tivesse os seus amigos por perto.
Várias forças policiais estão já a investigar os diferentes relatos dos casos e Priti Patel, Secretária de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido, já pediu atualizações dos acontecimentos às autoridades. “Isto é absolutamente terrível. Pedimos uma atualização da polícia sobre as investigações e encorajamos qualquer pessoa a relatar este tipo de comportamento à polícia” afirmou uma fonte do Ministério do Interior.
Kathryn Craner, da Polícia de Nottinghamshire, afirmou que estes casos são totalmente diferentes do que se viu até agora e que também estão a ser investigados relatos de pessoas que suspeitam que as suas bebidas tenham sido alteradas em saídas noturnas. Na sequência das investigações, um jovem de 20 anos foi detido, tendo sido libertado mais tarde.
Depois do surgimento de vários relatos de casos no Reino Unido, incluindo na Escócia e Irlanda do Norte, Hannah Thomson criou uma petição para que a segurança dos espaços noturnos seja melhorada, que conseguiu 100 mil assinaturas em menos de uma semana. Neste momento, aguarda-se uma decisão do Parlamento britânico. “Estamos lá para nos divertir, não para ficarmos constantemente a olhar por cima do ombro. Esta é uma nova maneira de atacar as pessoas, e é simplesmente aterrorizante”, conta à cadeia televisiva a ex-estudante.
Também foi criada um movimento que começou em Edimburgo, a “Girls Night In”, com mais de 25 grupos administrados por estudantes, criados em diferentes cidades universitárias, e que pretende fazer com que as pessoas não vão a discotecas, como forma de protesto.