Em outubro de 2019, a Amnistia Internacional divulgou um relatório dando conta de que dois ativistas de direitos humanos marroquinos (o jornalista Maati Monjib e o advogado Abdessadak El Bouchattaoui) estariam, desde 2017, a ser vítimas de sucessivos ciberataques com recurso ao software Pegasus, criado pela empresa israelita NSO Group. Em julho de 2020, a organização não governamental (ONG), com sede em Londres, Reino Unido, acrescentaria o nome do jornalista Omar Radi, também ele marroquino, como alegado alvo daquele spyware, desde janeiro de 2019. Mas, apesar de todos os indícios de existir um esquema, promovido pelo próprio governo de Maomé VI, para vigiar críticos do regime de Rabat, Israel e os seus aliados ocidentais – incluindo Estados Unidos e União Europeia –, quando confrontados com as suspeitas, ficaram-se por um ruidoso silêncio.
Pelo menos, até ao último domingo, dia 18, quando o resultado de uma investigação de 17 órgãos de comunicação internacionais – entre os quais o britânico The Guardian e o norte-americano The Washington Post (os mesmos jornais que divulgaram as denúncias de Edward Snowden em 2013) – deu a conhecer ao mundo a verdadeira extensão do “Projeto Pegasus”. Com base em informações recolhidas pela Amnistia Internacional e pela ONG Forbidden Stories, com sede em Paris, França, foi possível concluir que os números de telemóvel de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais estariam identificados como potenciais alvos de espionagem desde 2016.
Nomes na lista
1
Cecilio Pineda Birto
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Cecilio era jornalista freelancer quando, em 2017, foi executado com um tiro na cabeça em Ciudad Altamirano, no Sul do México. Tinha 38 anos. Era conhecido por denunciar ligações entre cartéis de droga, políticos e polícias
2
Rahul Gandhi
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Rahul descende de uma ilustre linhagem de políticos indianos: neto de Indira Gandhi e filho de Rajiv Gandhi, ambos antigos chefes de governo. Líder do partido Congresso Nacional, é, aos 51 anos, o principal opositor do atual primeiro-ministro, Narendra Modi
3
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Szabolcs Panyi
O jornalista de investigação húngaro é célebre pelos trabalhos sobre espionagem e tráfico de armas. Aos 38 anos, é conhecido por ter acesso a fontes nos círculos diplomáticos e da segurança nacional