O recorde diário anterior era de 416 migrantes, ocorrido numa travessia do Canal em setembro de 2020, de acordo com a agência de notícias britânica PA.
Segundo a BBC, quase 8.000 pessoas transportadas em cerca de 345 barcos chegaram à costa britânica desde o início do ano, apesar da promessa do Governo de Londres de tornar esta rota de imigração impraticável e dos seus repetidos apelos para que a França lute mais contra essas travessias.
Segundo o comandante Dan O’Mahoney, responsável pela imigração ilegal no Canal da Mancha, o Reino Unido vive “um aumento inaceitável das travessias no Canal por pequenas embarcações devido ao aumento da imigração ilegal para a Europa”.
“As pessoas deveriam buscar asilo no primeiro país seguro que alcançassem e não arriscar as suas vidas a fazer essas travessias perigosas. Continuamos a processar os criminosos por trás dessas travessias ilegais”, disse o comandante, citado num comunicado de imprensa do Ministério do Interior.
Esta semana, os deputados britânicos examinam o projeto de lei da ministra do Interior do Governo de Boris Johnson, Priti Patel, sobre a reforma do asilo.
Apresentado pela ministra como “justo, mas firme”, mas criticado por associações de defesa dos direitos humanos, o projeto pretende desencorajar a imigração ilegal e quer tratar os requerentes de asilo de forma diferente consoante cheguem ao país legalmente ou ilegalmente.
Durante debates na Câmara dos Comuns na segunda-feira, a ex-primeira-ministra Theresa May, também ex-ministra do Interior, mostrou-se contra a ideia de enviar requerentes de asilo para centros fora do Reino Unido durante o período de análise dos pedidos pelas autoridades.
O projeto de lei prevê aumentar para quatro anos, dos seis meses atuais, a pena de prisão dos migrantes que tentam entrar ilegalmente no país e elevar para a prisão perpétua – dos 14 anos atuais – o máximo de pena para os traficantes de pessoas.
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