À Lusa, Cristina d’Abril, da comissão organizadora, explicou que a iniciativa, que se prolonga até sexta-feira, quer “promover trabalhos de investigação científica em estudos africanos com os jovens dos nove países de língua portuguesa, numa perspetiva de diversificar a investigação”.
“Maior parte das investigações feitas nos últimos tempos sobre África são, acima de tudo, nos países ocidentais, e nos países africanos de língua portuguesa, os trabalhos científicos são praticamente não conhecidos e é um pouco impulsionar essa investigação que está a ser feita nos países de língua portuguesa”, explicou Cristina d’Abril.
Segundo a organizadora, pretende-se “trazer um outro olhar para a investigação científica sobre África”.
O evento começa na manhã de quinta-feira, na sede da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), com intervenções do seu secretário-geral, Vítor Ramalho, do secretário-executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, do presidente do Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CESA), unidade de investigação do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), António Mendonça, e Cristina d’Abril.
Estão também previstas várias mesas redondas durante o primeiro dia, abordando temas como “As Trocas Comerciais e a Economia Digital em África”, “A Repercussão do Reinado de Njinga A Mbande a nível Mundial” e “Tradição e Modernidade sob o Impacto da Globalização dos Países Africanos”.
O segundo dia do evento, já no ISEG, inicia-se com uma mesa redonda sobre o tema “A Digitalização no Desenvolvimento e Cooperação em África”, seguindo-se quatro painéis de jovens investigadores de Angola, Brasil, Moçambique e Portugal.
Cristina d’Abril espera que este evento seja “o início de um trabalho” que dê “frutos a longo prazo” e que, com futuros encontros, se produza “investigação diversa, a longo prazo”, e a presença “nas grandes conferências internacionais, de investigadores com qualidade e quantidade, acima de tudo”.
A organizadora referiu que a promoção de colaboração na investigação é também uma das ideias desta iniciativa.
A integrante da comissão organizadora explicou que a pandemia de covid-19 obrigou a alterações na iniciativa, que inicialmente previa “chamar os jovens”.
Assim, a organização construiu esta primeira edição como “uma forma de puxar e acalentar algumas pessoas, trazendo estes peritos e motivar para os próximos encontros” que pretendem realizar no futuro.
Sobre estas futuras edições, Cristina D’Abril espera que estas tenham uma abordagem “mais académica”.
A organizadora lançou um apelo para a participação, dizendo que, independentemente da idade, o importante é que os participantes estejam envolvidos “nessa diversidade na área da investigação”.
A edição estará aberta “a todas as pessoas” e os espectadores poderão intervir.
“Nós tentamos fazer aqui uma conferência híbrida e incluirmos também pessoas, por exemplo, estejam em Cabo Verde, em Timor-Leste ou Brasil e que queiram falar”, explicou.
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