O levantamento, divulgado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), indica que a diminuição na comercialização de livros foi ligeiramente superior à registada pelo Brasil em 2019, quando o mercado editorial caiu 6,21%.
Os números no vermelho refletem o impacto causado pelo novo coronavírus no setor, que obrigou ao encerramento temporário de lojas físicas no país, mas reativou o mercado virtual, evitando um retrocesso maior.
De acordo com o estudo, as livrarias exclusivamente virtuais tiveram um aumento de 84% na participação das receitas das editoras, com uma faturação de 923,4 milhões de reais (cerca de 142 milhões de euros, no câmbio atual) em 2020.
O mesmo não aconteceu com as livrarias físicas, que no ano passado viram a sua participação reduzida em 32% face às vendas de 2019.
Entre os subsetores, o de obras gerais foi o único que registou aumento nominal nas receitas por vendas ao mercado, devido ao fortalecimento da leitura como opção de entretenimento durante a pandemia.
Este subsetor encerrou 2020 com uma faturação de 1,3 mil milhões de reais (cerca de 200 milhões de euros), num crescimento de 3,8% em relação a 2019.
Os livros sobre temas religiosos foram os mais afetados no ano passado, com queda de 14,2% frente a 2019, seguidos dos textos didáticos (-10,9%) e dos textos científicos, técnicos e profissionais (-6,7%).
Em 2020, as editoras brasileiras produziram um total de 46 mil títulos, dos quais 24% foram lançamentos e os 76% restantes foram reimpressões.
De acordo com o estudo, realizado pela Nielsen Book, sob coordenação da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do SNEL, o número de lançamentos no ano passado caiu 17,4% em relação a 2019.
O Brasil, um dos países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, totaliza cerca de 450 mil mortes e 16,1 milhões de casos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.475.079 mortos no mundo, resultantes de mais de 167,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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