Não é por acaso que o Reino Unido é definido como um país de “monárquicos moderados” e de “republicanos reticentes”. A culpa é, em larga medida, de Elizabeth Alexandra Mary, a princesa que, a 6 de fevereiro de 1952, com 25 anos, se tornou rainha com o nome de Isabel II. Agora, como há quase sete décadas, a maioria dos britânicos vê a soberana como um símbolo da maior e mais antiga democracia do mundo e considera que ela está longe de ser uma simples relíquia.
De acordo com a mais recente sondagem da YouGov, a sua popularidade está nos 72 por cento; e mais de dois terços dos inquiridos afirmam que a monarquia é a forma de regime mais apropriada para o país, que não conhece uma república desde que Oliver Cromwell e respetivos pares mandaram decapitar Carlos I, em 1649. Ou seja, os estudos de opinião, por enquanto, não refletem a suposta crise institucional provocada pelos duques de Sussex. No entanto, a conversa entre a rainha das entrevistas televisivas nos EUA (Oprah Winfrey) e o mediático casal que decidiu revoltar-se contra a Casa de Windsor e instalar-se em Los Angeles, em 2020, inspira todo o tipo de polémicas dos dois lados do Atlântico. Do Washington Post aos inevitáveis tabloides, sucedem-se artigos e colunas de opinião em que se especula que este novo escândalo pode pôr em causa a sobrevivência da dinastia.
Num acerto de contas familiar com pormenores edipianos, Harry (neto de Isabel II e sexto na linha de sucessão ao trono) e a sua mulher, Meghan Markle (antiga atriz e filha de pai branco e de mãe negra), disseram que a vida de ambos no Palácio de Kensington, em Londres, nada tinha que ver com os contos de fadas e que foram alvo de um tratamento racista e desumano pela Casa Real. Sem nunca identificarem os alegados responsáveis, as duas altezas reais, que perderam os títulos para rumarem à Califórnia e assinarem contratos milionários com a Netflix e a Spotify, conseguiram recordes de audiência e impressionaram milhões de pessoas. A etiqueta #abolishthemonarchy (abolir a monarquia) tornou-se um tema de discussão nas redes sociais e não faltaram sequer as comparações com as confidências feitas por Diana, em 1995, à BBC, de viver “num casamento a três” com Carlos e a amante do marido, Camilla Parker Bowles.
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