O Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) alertou hoje para “riscos adicionais significativos” das festividades de fim de ano, como o Natal, notando que o aumento das infeções de covid-19 é “muito provável” nesta época.
“A probabilidade de infeção com SARS-CoV-2 durante a próxima época festiva de fim de ano é considerada muito elevada tanto para a população em geral como para os indivíduos vulneráveis”, avisa o ECDC num relatório hoje divulgado sobre o risco de transmissão da covid-19 relacionado com a época festiva de fim de ano.
No documento, esta agência europeia aponta que as restrições adotadas pelos Estados-membros da União Europeia (UE) nas últimas semanas levaram a uma “tendência geral decrescente na taxa de notificação” de novos casos, nomeadamente em Portugal.
Porém, “a transmissão da SARS-CoV-2 na UE, Espaço Económico Europeu e no Reino Unido permanece elevada em comparação com os baixos níveis observados durante o verão”, observa o ECDC, falando em “riscos adicionais significativos para uma transmissão intensificada” durante o Natal e passagem de ano.
Isto porque “a época festiva de fim de ano está tradicionalmente associada a atividades tais como reuniões sociais, compras e viagens” e, além disso, existe um “fator agravante” relacionado com a “fadiga pandémica”, em que “algumas pessoas estão desmotivadas a seguir as medidas de proteção recomendadas, especialmente durante este período”.
O centro europeu deixa, por isso, um aviso reforçado aos países: “Levantar as medidas [restritivas] demasiado cedo resultaria num aumento de casos e hospitalizações e isto seria particularmente rápido se as medidas fossem levantadas abruptamente”.
Tal como já tinha antecipado no anterior relatório com projeções a curto prazo sobre a evolução da situação epidemiológica na UE, o ECDC volta a alertar que o relaxamento total das restrições para a covid-19 no Natal iria provocar um aumento dos internamentos na “primeira semana de janeiro”.
O centro europeu insiste, por isso, que “qualquer adaptação das medidas deve ser feita de forma direcionada, proporcional e coordenada, de acordo com a epidemiologia prevalecente e a vulnerabilidade da população ao nível a que as medidas são aplicadas”.
“Estas medidas devem ser claramente comunicadas a fim de mitigar o risco de aumento da transmissão durante o fim do ano, tendo ao mesmo tempo em conta o impacto social, pessoal e económico para a população”, acrescenta.
Tendo por base as recomendações divulgadas na quarta-feira pela Comissão Europeia, o ECDC aconselha, assim, ao “cancelamento ou limitação da dimensão e duração de reuniões e eventos sociais, a alternativas ‘online’ sempre que possível e à realização de ajuntamentos apenas no seio dos agregados familiares”.
Ao mesmo tempo, segundo o ECDC, devem ser implementadas as chamadas “bolhas sociais”, isto “antes e durante a época festiva”.
O ECDC pede, ainda, um “reforço das capacidades de teste, isolamento de casos e rastreio de contactos”.
Por seu lado, entende que “as restrições às viagens internacionais e os testes sistemáticos e a quarentena dos viajantes não são recomendados na atual situação epidemiológica”.
Esta semana, o executivo comunitário lançou a estratégia “Ficar a salvo da covid-19 durante o inverno”, no âmbito da qual a instituição aconselhou aos Estados-membros a estipularem um número máximo de pessoas por ajuntamento, incentivarem as “bolhas domésticas” para passar as festividades e sugerirem celebrações ‘online’.
A Comissão Europeia instou, ainda, quem queira viajar nas próximas semanas a vacinar-se contra a gripe sazonal.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.507.480 mortos resultantes de mais de 65,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo.
ANE // SB