Um jovem migrante do Sudão, de 16 anos, foi encontrado morto, quarta-feira, 19, na praia de Sangatte, em Calais, na França. Sete horas antes, um amigo do jovem tinha sido encontrado na mesma praia, em hipotermia. Aos serviços médicos e às autoridades de resgate, o jovem encontrado em hipotermia disse que o seu amigo não sabia nadar.
Segundo Philippe Sabatier, procurador-adjunto da cidade de Boulogne-sur-Mer, disse à agência de notícias AFP, o corpo “ainda não foi identificado”. “É necessário determinar se se trata de um migrante, mas de acordo com as primeiras indicações pensamos que sim”, acrescentou.
Ao France Bleu, Sabatier também referiu que os jovens viajavam num “barco insuflável muito pequeno de um metro de comprimento” e que “remavam com pás de construção”. As autoridades relatam que os adolescentes estavam a fazer a travessia do Canal da Mancha, evitando os contrabandistas que cobram preços demasiado altos para fazer a travessia dos migrantes.
A secretária do Interior do Reino Unido, Priti Patel, escreveu no Twitter que a morte do jovem é uma “perda trágica e perturbadora de uma vida”. “Este horrendo incidente é uma brutal chamada de atenção relativamente aos horrendos gangues criminosos e de contrabandistas que exploram pessoas vulneráveis. Trabalhando em conjunto, estamos determinados a detê-los.”
As autoridades francesas interceptaram, na quarta-feira, pelo menos 41 migrantes, que estavam a tentar atravessar o Canal, incluindo uma mulher e três crianças que foram resgatadas na costa de Dunquerque.
A ministra Marlene Schiappa, responsável por temas da cidadania do Governo francês, também escreveu no seu Twitter que é com “imensa tristeza” que “um jovem migrante sudanês de 16 anos que desapareceu no mar ontem à noite foi encontrado morto na praia de Sangatte esta manhã”, e destacou a necessidade de enfrentar os gangues de contrabandistas.