Uma das estações da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO), organização internacional que supervisiona e monitoriza o aparecimento de testes nucleares a nível global, detetou níveis elevados de radionuclídeos. Estas partículas radioativas podem ser transportadas a longas distâncias pelo vento e foram encontradas três delas: césio 134, césio 137 e ruténio 103.
Lassina Zerbo, chefe da CTBTO, publicou na sua página do Twitter um comunicado acerca do acontecimento. A estação de monitorização na Suécia “detetou 3 isótopos: Cs-134, Cs-137 e Ru-103 relacionados com uma fenda nuclear de níveis acima do normal, mas não prejudicial à saúde humana”, diz.
Zerbo apresenta, ainda, um mapa onde se pode observar a região onde as partículas podem ter surgido nas 72 horas anteriores à sua descoberta. Essa zona “encontra-se a amarelo no mapa”, acrescenta. A área envolve os limites da Dinamarca e da Noruega, o sul da Suécia, grande parte da Finlândia, os Países Bálticos e parte do Oeste da Rússia, incluindo São Petersburgo.
“Os isótopos são, provavelmente, de uma fonte civil. Podemos indicar a provável região da fonte, mas está fora do mandato da CTBTO identificar a sua origem exata”, escreve Lassina Zerbo no Twitter, respondendo ao comentário de um usuário que questionou acerca do motivo do aparecimento do fenómeno.
Estará a Rússia envolvida no incidente nuclear?
Segundo a Agência de Notícias Reuters, a Rússia garantiu que não estava a par dos sinais de radiação após CTBTO ter anunciado a descoberta dos isótopos radioativos. Citado pela Reuters, o porta-voz do Kremlin, Dmity Peskov, afirmou que o país “tem um sistema de monitorização de segurança de níveis de radiação absolutamente avançado e não há alarmes de emergência”.
A Agência Internacional de Energia perguntou aos Estados Membros das Nações Unidas se tinham detetado os isótopos e se “algum evento lhes poderia estar associado”. Cerca de 30 países, incluindo a Finlândia, Suécia, Noruega, Países Bálticos, Grã-Bretanha, França e Alemanha, informaram que “não houve eventos nos seus territórios que possam ter causado o fenómeno”. No entanto, a Rússia não estava incluída na lista dos 30 países.
De acordo com a autoridade finlandesa de segurança nuclear STUK, a quantidade de partículas recolhidas na costa sul era muito pequena. É provável que as concentrações de partículas possam ter surgido “da operação ou manutenção normal de reatores nucleares”, declarou a organização, citada pela Reuters.