Os relatos ouvidos pela Lusa indicaram que a população está fechada dentro das suas casas e que se ouvem disparos de armas de fogo e gritos de confrontação em vários locais da vila, a par da circulação de, pelo menos, um veículo blindado.
Um outro relato indicou que, em bairros periféricos, os membros dos grupos armados estão a juntar a população em mesquitas como acontece no bairro de Milamba.
Apesar das tentativas, a Lusa ainda não conseguiu obter esclarecimentos junto da Polícia da República de Moçambique (PRM).
A província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques de grupos armados, que organizações internacionais classificaram como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 afetados, devido à perda de bens ou obrigados a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
Estes ataques têm acontecido sobretudo no meio rural, mas Mocímboa da Praia é um dos principais centros urbanos da região, sede de distrito, servido pela única estrada asfaltada que cruza a província e com um aeródromo apto a receber voos internacionais.
Trata-se da vila onde em outubro de 2017 começou a ameaça armada que tem atormentado Cabo Delgado.
Mocímboa da Praia fica a 90 quilómetros a sul de Palma, distrito onde estão a ser construídos megaprojetos internacionais de exploração de gás natural.
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