É sabido que Isabel dos Santos vem a Portugal com alguma frequência, ainda que nem sempre fique na casa que comprou na capital (prefere o Ritz), e cuja aquisição concluiu em 2012.
O duplex na Avenida António Augusto de Aguiar, cujo valor de venda foi agora revelado pela investigação levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) – 3,8 milhões de euros – terá ainda sido alvo de obras de remodelação na ordem das 276 mil libras, ou 320 mil euros, ao câmbio da época, e segundo recibos a que a VISÃO teve acesso.
Os 8.º e 9.º andares do edifício ‘Alto do Parque’, foram comprados em conjunto por Isabel dos Santos e pelo marido, Sindika Dokolo, e representam uma área útil de 737m2, acrescida de um terraço de 150m2. Os mesmos documentos citados pelo ICIJ revelam que a aquisição deste imóvel foi feita através de uma sociedade sedeada no Delaware – o estado paraíso-fiscal dos EUA -, representada nesta operação pelo advogado português António Frutuoso de Melo.
Mas os investimentos imobiliários não se ficam apenas por Portugal e nem por valores tão ‘irrisórios’ quanto o gasto em Lisboa. Segundo um contrato de compra e venda a que a VISÃO teve acesso, a ‘Princesa de África’, investiu em Monte Carlo, em 2015, 50 milhões de euros, através da Athol Limited. A empresa maltesa, representada neste contrato por Jorge Manuel de Brito Pereira, advogado de Isabel dos Santos em Portugal, e acionista da Athol, comprou “o apartamento do 6.º piso do edifício, lote 75; duas salas no primeiro andar, lotes 67 e 68, e quatro lugares de estacionamento no -4, lotes 2, 3, 4 e 5”. No total, a operação custou à empresária 41 milhões de euros acrescido de impostos – o que perfaz 50 milhões e 167 mil euros.
O apartamento em questão tem uma área superior a 700m2, e a transação todos os lotes foi confirmada pelas autoridades do Mónaco e de Portugal. O reconhecimento da assinatura de Jorge Manuel de Brito Pereira, advogado da Uria Menéndez-Proença de Carvalho, foi feita por uma advogada da PLMJ, e o contrato certificado e assinado pela Procuradoria Geral da República Portuguesa.