À medida que debatiam as melhores formas de tratamento das doenças que poderiam vir a encontrar em Moçambique, na sequência da devastação causada pelo ciclone Idai, os profissionais de saúde da Operação Embondeiro – o nome dado à missão humanitária que junta a Cruz Vermelha Portuguesa e os Médicos do Mundo – também ajudavam a descarregar o Boeing 767 que transportou a comitiva até à Beira.
Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e psicólogos empenharam-se na tarefa de ajudar a retirar as quase 35 toneladas de carga da aeronave. Apesar de transportar apenas duas dezenas de pessoas, tendo capacidade para quase 300 pessoas, quase todos os lugares do avião estavam ocupados com mercadoria. Seguiam muitos litros de água na cabine dos passageiros.
As 15 toneladas de alimentos transportadas no voo humanitário foram entregues às Nações Unidas, responsável pela gestão da ajuda humanitária na Beira. Também seguiam no voo 500 quilos de fibra ótica, que estão a ajudar a repor as comunicações e um Posto Médico Avançado, com capacidade para internar 24 pessoas.
Quando o descarregamento do avião terminou – ao fim de quase oito horas de trabalho – já era noite cerrada. Enquanto aguardava pelo transporte para o centro da cidade, a equipa médica não resistiu ao cansaço e vários elementos deitaram-se na pista, junto ao avião.
No dia seguinte, voltaram a ajudar a descarregar os módulos do Posto Médico Avançado, transportados com dificuldade de camião até Macurungo, o bairro, a escassos dez quilómetros do centro da cidade, onde instalaram o pequeno hospital de campanha.
Pelo meio, nunca se ouviu um queixume.
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