A versão em vigor do Modelo Magnético Mundial, que suporta a navegação, é datada de 2015 e era para durar até 2020. Mas o campo magnético, que protege a Terra dos ventos solares e radiações cósmicas e cujos polos se situam próximo dos polos geográficos do planeta, está a mudar muito rapidamente e os cientistas fizeram saber, no início do ano, que seria necessário antecipar, em um ano, uma nova revisão do modelo.
“Devido a variação inesperadas na região do Ártico, os cientistas publicaram um novo modelo para representar mais corretamente a mudança no campo magnético entre 2015 e agora”, anunciou esta segunda-feira a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional.
Em 2018, especialistas em geomagnetismo aperceberam-se que a margem de erro do modelo estava perto de ultrapassar o limite do aceitável para os erros de navegação. Dois anos antes, e depois de o Modelo Magnético Mundial ter sido atualizado, parte do campo magnético, mais a sul, desviou-se temporariamente para o norte da América do Sul e o leste do Oceano Pacífico. As oscilações no polo magnético norte agravaram os problemas.
Embora o uso do Modelo Magnético Mundial tenha começado por ser sobretudo militar, rapidamente começou a ser usado pelos sistemas de navegação online. As mudanças para os utilizadores, no entanto, serão mínimas, como explica à CNN Ciaran Beggan, geofísico do British Geological Survey.
A deslocação do polo norte magnético terrestre deve-se às movimentações do ferro líquido no núcleo do planeta. Se entre 1900 e 1980, a deslocação rondava os 10 quilómetros por ano, acelerou, nas últimas duas décadas, para 38 a 50 quilómetros/ano.