A primeira-ministra britânica esclareceu hoje que o rascunho do acordo para o ‘Brexit’ aprovado na quarta-feira “não é o acordo final”, mas é do interesse nacional e permite sair da UE “de forma suave e ordeira”.
“O que nós concordámos ontem [quarta-feira] não foi o acordo final. É um rascunho de um tratado. Significa que vamos deixar a UE de uma forma suave e ordenada e define a estrutura para um relacionamento futuro que garante o interesse nacional”, vincou Theresa May.
Theresa May foi apresentar o texto à Câmara dos Comuns e começou a declaração agradecendo a Dominic Raab e Esther McVey, que se demitiram esta manhã do ministério para a Saída da União Europeia e do ministério do Trabalho e Pensões, respetivamente.
Estes alegaram não concordar com o projeto de acordo que foi aprovado “coletivamente”, mas não por unanimidade, num Conselho de Ministros que durou cinco horas na quarta-feira.
“Concretizar o Brexit envolve escolhas difíceis para todos nós. Não concordamos com todas essas escolhas, mas eu respeito as suas opiniões. E gostaria de agradecer sinceramente por tudo o que eles fizeram”, disse May.
Corbyn diz que se trata de um “mau acordo”
O líder do partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, defendeu, por seu lado, que o Governo deve recuar e “retirar” o rascunho de “mau acordo” para a saída do Reino Unido da União Europeia aprovado na quarta-feira.
“Este não é o acordo que foi prometido ao país. E o parlamento não pode, e acredito que não vai aceitar uma escolha falsa entre este mau acordo e a falta de um acordo”, disse hoje de manhã no Parlamento, após a apresentação feita pela primeira-ministra, Theresa May.
Corbyn disse que o texto vai agravar a preocupação dos britânicos por todo o país “com as indústrias onde trabalham, com os empregos que têm, com a estabilidade das suas comunidades e do país” e defendeu que deve ser retirado da mesa de negociação.
“O Governo deve retirar este acordo incompleto que claramente não tem o apoio do Governo, deste parlamento ou do país no conjunto”, argumentou o líder do principal partido da oposição.
Lusa