“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito [Jair Bolsonaro] para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite”, disse em comunicado o juiz do processo Lava Jato, que levou à prisão do ex-Presidente Lula da Silva.
“A perspetiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito pela Constituição, pela lei e pelos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”, acentuou Moro.
No texto, Sérgio Moro acrescentou que “para evitar controvérsias desnecessárias”, decidiu afastar-se de “novas audiências” e informou ainda que na próxima semana concederá uma entrevista à imprensa local para explicar melhor a decisão.
Sergio Moro ficou amplamente conhecido no Brasil por julgar os casos da operação Lava Jato, uma investigação policial que desvendou dezenas de esquemas de corrupção na petrolífera estatal Petrobras e em outros órgãos públicos do país.
O próximo ministro da Justiça brasileiro é responsável por sentenças de condenação de grandes empresários, ex-funcionários da Petrobras.
Foi também responsável pela condenação, em primeira instância, do antigo Presidente Luís Inácio Lula da Silva num caso relacionado a propriedade de um apartamento de luxo na costa do estado de São Paulo.
Antes do encontro desta quinta-feira com Bolsonaro, Moro afirmou que o Brasil precisa de uma “agenda anticorrupção”, além de ter considerado “surpreendente” que o critiquem por conversar com “um Presidente que foi eleito por 50 milhões de pessoas”.
Bolsonaro, capitão do Exército na reserva ganhou as eleições presidenciais do passado domingo, com 55% dos votos, enquanto Fernando Haddad, indicado por Lula, teve 44%.
Após a segunda volta das eleições, Moro felicitou Bolsonaro e desejou “um bom Governo”, destacando a importância de realizar “reformas para recuperar a economia e a integridade da administração pública”.
O nome de Moro tem sido avançado pela comunicação social brasileira para integrar o próximo Governo do Brasil, mas o magistrado judicial negou sempre a possibilidade de entrar na política.