Na Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, todos os funcionários têm ordens para não falar de Michelle Bolsonaro. Ali, a nova primeira dama, de 36 anos (menos 26 de Bolsonaro) faz parte do Ministério de Surdos e Mudos e serve de “intérprete de libras” (Língua Brasileira de Sinais) durante os cultos de domingo.
Numa das suas raras aparições na campanha, Michelle apareceu ao lado de Jair Bolsonaro na última quinta-feira, num programa dedicado às pessoas com deficiências e aí explicou que aprendeu a língua sozinha.
Descrita como uma mulher simples e discreta, mas com pulso muito firme com as duas filhas (Letícia Aguiar, de 16 anos, fruto de uma relação anterior, e Laura, de 8, do casamento com Bolsonaro), a própria Michelle fez questão de dizer, durante a campanha eleitoral, que caso o marido fosse eleito aproveitaria para fazer “todos os trabalhos sociais possíveis”. Numa entrevista que concedeu, no último sábado, Michelle Bolsonaro adiantou sentir que “é um chamado”. “Tive essa aproximação com as pessoas com deficiência, os surdos, eu tive um tio surdo também. Tenho muito amor por essa comunidade. Quero fazer o melhor”, afirmou.
Na igreja que frequentou antes da atual, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, deixou boas impressões. O pastor Silas Malafaia falou com o G1, o portal de notícias da Globo, e descreveu a primeira-dama como “simples, recatada e que não gosta de aparecer”. “Tem uma beleza com simplicidade, não é espalhafatosa, nunca gostou de aparecer ou colocar a cara para fora. Nem de se exibir. Ela gosta de trabalhar nos bastidores”, garante o pastor.
Nesta igreja, Michelle trabalhava num departamento que visava ajudar a integração de mulher com problemas.
Jair Bolsonaro e Michelle de Paula Firmo Reinaldo conheceram-se em 2007, na Câmara dos Deputados em Brasília, quando ela era secretária parlamentar. Pouco tempo depois, Bolsonaro convidou-a para trabalhar consigo e ainda nesse ano seria nomeada secretária parlamentar do seu gabinete. Em 2008, seria exonerada porque o Supremo Tribunal Federal proibiu o nepotismo.
Casaram em 2013, e depois da cerimónia evangélica não houve “funk”, segundo o Folha de São Paulo, a pedido da noiva.
“Jair é um cara muito humano, que se preocupa com as pessoas. Ele é muito brincalhão, muito natural, muito dado. Tem um brilho no olhar diferenciado. Ele é um ser humano maravilhoso, é o meu amor, né?”, diz Michelle no vídeo gravado para a campanha.
E na entrevista de sábado, concluiu, sobre a candidatura do marido à Presidência do Brasil: “Deve estar maluco, mas, se ele quer, vou apoiá-lo.”