Viktoria Marinova é a segunda jornalista morta na Europa, só este ano, depois do assassinato de Ján Kuciak, na Eslováquia, em fevereiro.
A repórter, de 30 anos, fazia parte de uma investigação que denunciava uma alegada corrupção que envolvia fundos da União Europeia com ligações a grandes empresários e políticos búlgaros. No último sábado, foi violada, agredida e depois assassinada em Ruse, cidade a norte da Bulgária, crime que um dos jornalistas que trabalhava com ela, Asen Yordanov, detentor do site Bivol.bg, dedicado ao jornalismo de investigação e com o qual Viktoria Marinova colaborava, já disse ter sido uma “execução” e tratar-se de um aviso.
“A morte de Viktoria, a maneira brutal como foi morta, foi uma execução. Foi para servir de exemplo, como se fosse um aviso”, garante Yordanov.
No fim do mês passado, foi para o ar um talk show apresentado pela jornalista para o canal de televisão TVN, em que foram feitas entrevistas com os jornalistas de investigação Dimitar Stoyanov, do site Bivol.bg, e Attila Biro, do site romeno Rise Project, e em que foi revelada a investigação da qual a jornalista fazia parte.
As autoridades dizem não haver provas de que o assassinato brutal de Vikctoria Marinova esteja relacionado com o seu trabalho, nem haver qualquer indício de que tivesse sido ameaçada anteriormente.
Asen Yordanov afirmou, contudo, ter recebido informações fiáveis de que os jornalistas que trabalhavam consigo corriam o risco de serem agredidos devido à investigação, revelada durante a emissão do programa.
Harlem Désir, que faz parte da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), disse, no Twitter, estar “chocado com o terrível assassinato da jornalista” e apelou de forma urgente a uma “investigação completa, para que os culpados sejam responsabilizados”.