Amin Hashem cresceu com o perigo constante dos bombardeamentos sobre Dhuma, em Ghouta Oriental, região cercada e frente de batalha ativa na guerra da Síria. Em conversa com o diretor executivo da Amnistia Internacional, Pedro Neto, o jovem refugiado sírio recorda o risco de morte, a fome, a ausência de médicos, a escassez de tudo.
“[As forças de Bashar Al-Assad] atacavam os civis, atacavam os hospitais”, lembra, acrescentando que a sua casa foi destruída.
Da morte quase certa em Ghouta, Amin Hashem conta o que passou até chegar à frágil segurança do outro lado da fronteira: Como só conseguiu entrar na Turquia à décima tentativa, como viu militares turcos a “partirem as pernas” aos seus amigos, como andou sete horas seguidas durante a noite, num terreno montanhoso, com um “rapazinho ao colo que nem conhecia”.
Quando chegar a um país seguro, o jovem sonha em “construir uma casa pequena”. E “ter paz”?, pergunta-lhe Pedro Neto. “Quando se tem uma casa, temos paz.”