O submarino espanhol incapaz de emergir em segurança, por excesso de peso, ganhou comprimento para corrigir o problema, mas é agora demasiado grande para atracar na base naval de Cartagena. O erro de cálculo inicial custou 14 milhões de euros ao erário público espanhol, pagos à empresa americana Electric Boat, especializada na construção de submarinos, e as novas dimensões vão agora obrigar a um novo investimento de 16 milhões de euros para alargar a doca que a Marinha espanhola lhe reserva.
Desde o arranque do projeto, adjudicado à empresa pública espanhola Navantia, a derrapagem orçamental já vai nos 72,5%. Cada um dos quatro submergíveis pretendidos para reforçar o contigente naval do país vizinho era para custar 533 milhões de euros. O novo acordo assinado entre a Navantia e o Ministério da Defesa fixou agora o preço em 921 milhões por exemplar. No total, o orçamento previsto de 2135 milhões de euros para os quatro submarinos sobe para os 3685 milhões.
Segundo um antigo diretor do Gabinete de Avaliação Estratégica do Ministério da Defesa espanhol, na base do excesso de peso do submarino esteve uma vírgula mal posta numa casa decimal. “Foi um erro fatal”, afirmou Rafael Bardaji à Associeted Press, quando o problema surgiu, em 2013. O submarino S–80 seria fabricado com mais 125 toneladas do que o projetado, o que criou dificuldades de flutuação e, sobretudo, na capacidade de emergir.
Após vários anos a tentar solucionar o erro de cálculo incial, o S-80 ganhou a nova designação de S-80 Plus, devido aos dez metros acrescentados ao seu comprimento (de 70 para 80), que o estabilizam ao nível da impulsão e flutuação. Agora falta encontrar um lugar para o “estacionar”.