O ADN deixado num guardanapo de restaurante resolveu um crime 32 anos depois, no estado de Washington, nos EUA.
Um homem de 66 anos foi detido, na semana passada, acusado de violação de homicídio de uma menina de 12 anos, em 1986. O mistério da morte de Michella Welch ficou resolvido graças às análises genéticas que hoje são possíveis de fazer, mas que, na altura, ainda não se faziam.
A polícia contou que, naquele dia, Michella foi passear com as duas irmãs mais novas para um parque. Por volta das 11 da manhã foi de bicicleta até a casa buscar o almoço para as três. Enquanto isso, as duas irmãs foram à casa de banho de um restaurante. Quando voltaram não viram Michella e continuaram a brincar até que, às duas da tarde, repararam que a bicicletas e as sandes para o piquenique estavam no local combinando com a irmã mais velha. Ligaram, então, para a baby-sitter que ligou para a mãe. As buscas começaram pouco depois e o corpo de Michella haveria de ser encontrado por um cão da polícia a umas dezenas de metros do local. Tinha sido violada e assassinada.
A polícia recolheu várias provas, mas não houve detenções. Foi feito um perfil masculino de ADN, em 2006, através dos vestígios colhidos no local do crime, que foi inserido na base de dados, mas não houve correspondência com ninguém.
As autoridades não deixaram de trabalhar no caso e, em 2016, deram início à colaboração com um genealogista genético.
“A genealogia genética usa uma tecnologia de ADN para identificar os indivíduos, combinando o perfil desconhecido com um membro da família”, referiu o polícia que investigou o caso. “A genealogia tradicional é então usada para construir uma árvore genealógica a partir de sites publicamente.”
A partir daqui foram identificados dois irmãos e a polícia começou a fazer vigilância aos seus movimentos. Até ao dia em que um deles, o enfermeiro Gary Hartman, de 66 anos, foi almoçar com um colega de trabalho. No fim da refeição, o detetive levou o guardanapo usado por este durante a refeição e mandou analisar o ADN deixado.
As respostas chegaram pouco depois e o ADN era o mesmo encontrado no local da morte de Michella. Uns dias depois, a polícia fez um operação Stop e prendeu Hartman, acusando-o de homicídio e violação. A fiança foi estipulada em cinco milhões de dólares (cerca de 4,2 milhões de euros).