Numa conversa telefónica com o jornal, o antigo chefe de Estado e ex-líder do Partido dos Trabalhadores afirmou que não vai para Curitiba entregar-se à Polícia Federal, como determinou o juiz Sérgio Moro. Poucas horas depois, a Globo News dava conta de que o segundo ‘habeas corpus’, entregue pela equipa de advogados de Lula esta manhã no Tribunal de Justiça, teria sido recusado. No entanto, a informação já foi corrigida, com o mesmo orgão de comunicação a esclarecer que o advogado se equivocou. Segundo o Tribunal de Justiça, o pedido ainda não foi avaliado.
Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, citado pela Folha de São Paulo, justifica a decisão do antigo presidente do Brasil de não se apresentar em Curitiba com “dificuldades de logística e de segurança, especialmente depois da decisão de Moro de bloquear as contas” do metalúrgico. O que não ficou esclarecido é se o antigo presidente brasileiro vai entregar-se às autoridades em São Paulo ou vai esperar que a Polícia Federal o vá buscar à sede do sindicato, onde tem estado desde a decisão do Supremo Tribunal Federal. Se tal acontecer, escreve ainda a publicação, os seus apoiantes preparam-se para fazer um cordão humano que dificulte a tarefa às autoridades.
A defesa de Lula da Silva tinha inicialmente apresentado um ‘habeas corpus’ junto do Supremo Tribunal Federal (STF) que foi recusado na quarta-feira pela maioria dos 11 juízes do tribunal.
O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, no Tribunal Regional da 4.ª Região (TRF4, segunda instância) em janeiro.
A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras.
A execução provisória da pena não deverá impedir juridicamente a candidatura presidencial de Lula da Silva, à frente nas sondagens para as eleições de outubro. No entanto, a lei da ‘Ficha Limpa’, que implica uma análise do Supremo Tribunal Eleitoral, deverá em última instância barrar a possibilidade de ir a votos.
com Lusa.
(Notícia atualizada às 16h30)