A mensagem foi escrita em caixa alta, para não haver margem para dúvidas e serve de resposta aa Paul Stevens, antigo juiz do Supremo Tribunal dos EUA. Ontem, Stevens afirmou que a única forma de controlar o uso de armas no país seria anular a Segunda Emenda da Constitução Americana, que permite a aquisição e utilização de armas por qualquer cidadão. A lei foi aprovada em 1971, mas os protestos contra a liberalização do porte de armas tem subido de tom nos últimos tempos. No sábado passado, milhares de estudantes – e apoiantes da causa – juntaram-se na manifestação ‘March for our lives’, que pede um maior controlo do armamento, depois do mais recente massacre ocorrido numa escola em Parkland, no sul da Florida, onde um estudante matou 17 pessoas e deixou outras 15 feridas.
Trump garante que a revogação da emenda nunca irá acontecer e acrescenta, na mesma mensagem via Twitter que “por muito que os Democratas gostassem que isso acontecesse, e apesar das palavras do antigo Juíz do Supremo Tribunal, não há hipótese”. Trump vai ainda mais longe, lançando o repto aos apoiantes da liberalização das armas. “Precisamos de mais Republicanos em 2018 e de garantir sempre o Supremo Tribunal [através da maioria dos juízes]”, escreve ainda o líder da nação mais poderosa do mundo.
Contribuições para a NRA triplicam
Esta manhã, alguma imprensa norte-americana dava conta de que as doações para a National Rifle Association – a organização não-governamental que tem como principal objetivo defender a Segunda Emenda da Constituição Americana – terão triplicado desde o massacre na escola secundária da Florida, a 14 de Fevereiro. Os dados citados são da FEC – a Comissão de Eleições Federal. Recorde-se que são muitos os políticos que recebem doações diretas desta ONG, que apoiou formalmente Donald Trump na sua campanha para as presidenciais.
Números do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – uma espécie de Direção Geral da Saúde americana – mostram que morrem, em média, 96 americanos por dia devido a armas de fogo. E que dessas, 7 são crianças ou jovens.
A discussão sobre o controlo das armas nunca esteve tão quente no país, com os números de mortos a subir e os protestos contra a utilização de armas de fogo a aumentar.