A direita, encabeçada pelo primeiro-ministro, Mark Rutte, lidera as intenções de voto, mas com escassa vantagem sobre a extrema-direita de Geert Wilders, que alguns estudos de opinião admitem poder acabar em primeiro lugar.
Mesmo que vença, Wilders não deverá tornar-se primeiro-ministro, dado o sistema de representação proporcional nos 150 lugares da câmara baixa do parlamento e a recusa de todos os principais partidos em participar numa coligação com a extrema-direita.
Vinte e oito partidos concorrem à eleição, entre os quais se destacam, além da direita e da extrema-direita, os democratas-cristãos, os liberais pró-europeus D66 e a Esquerda Verde.
O governo de Rutte, eleito em 2010, aplicou pacotes de austeridade muito impopulares, mas os sinais de retoma económica e a baixa do desemprego serviram-lhe de argumentos para pedir aos eleitores mantenham a confiança no seu Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, direita).
“A escolha é simples: é entre o caos e a continuidade”, disse Rutte, identificando o caos com o Partido da Liberdade (extrema-direita) de Wilders, que se propõe tirar o país da União Europeia, fechar as fronteiras à imigração muçulmana, encerrar as mesquitas e banir o Corão.
“Tornar os holandeses donos do seu país novamente”, prometeu.
A eleição holandesa é vista por analistas como um importante indicador do comportamento dos eleitores quanto aos movimentos populistas, depois do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia e da eleição de Donald Trump para a Casa Branca e a poucos meses das presidenciais em França (abril e maio) e das legislativas na Alemanha (setembro).
A última semana da campanha ficou marcada por uma crise diplomática com a Turquia devido à recusa da Holanda de permitir que dois ministros turcos participassem em comícios junto da comunidade turca pelo “sim” no referendo que vai reforçar os poderes do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.