![al-Adnani](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2019/10/9569809al-Adnani.jpeg)
© Handout . / Reuters
O nº 2 e porta-voz do Daesh, Abu Mohammad al-Adnani, morreu durante o dia de ontem na sequência de ataques aéreos estratégicos efetuados pela Aliança Internacional à cidade síria de al-Bab, na província de Aleppo. A notícia foi avançada pela agência noticiosa Amaq, o meio de comunicação que divulga as atividades do Estado Islâmico.
O governo dos Estados Unidos confirmou a veracidade da notícia horas depois, quando o seu representante, Peter Cook, anunciou através de um comunicado a morte do líder radical islâmico, descrevendo-o como o “principal arquiteto das operações do Daesh no estrangeiro”. Acrescentou ainda que a sua morte seria “um grande golpe” para a organização terrorista.
Nascido Taha Subhi Falaha, na cidade síria de Binnish, entre 1977 e 1978 (não há informação precisa), al-Adnani assumiu-se desde o início como uma figura de peso no combate, em primeiro lugar, às tropas americanas no Iraque e, posteriorment,e à Aliança Internacional que tenta impedir os avanços do Estado Islâmico. A primeira ligação do terrorista com as ações de um grupo radical islâmico remonta ao ano 2000, quando jurou lealdade a Abu Musab al-Zarqawi, membro influente da al-Qaeda, para combater o regime de Bashar al-Assad na Síria.
Foi detido em 2005, em Ramadi, capital da província de Al-Anbar, e libertado em 2010. Desde então que al-Adnani estava no radar dos serviços de segurança americanos e era vigiado de perto pelos serviços secretos sírios, sendo inclusivamente emitida uma recompensa de aproximadamente 4,5 milhões de euros para quem o entregasse à justiça.
Decorria o ano de 2014 quando a voz de al-Adnani proclamou a criação do califado do Estado Islâmico, sob o comando de Abu Bakr al-Baghdadi. Respeitado dentro das fileiras da organização, incitava através de várias declarações a que os islâmicos agissem contra o Ocidente e utilizassem todo o tipo de armas para atacar os Estados Unidos e todas as nações que fizessem parte da Aliança Internacional que impedia o progresso do califado na Síria. Naquela que se diz ter sido a sua última intervenção pública, no Ramadão deste ano, al-Adnani incitou a que os seus seguidores perpetrassem ataques durante a época festiva. Depois dessa declaração, registaram-se ataques suicidas em Orlando, em Istambul, Nice e Bagdade.
A sua morte representa mais um duro golpe no Estado Islâmico, sustenta o especialista em jihadismo Ayman Al Tamimi ao jornal espanhol El Mundo, uma vez que “quase todos os altos oficiais da organização se encontram mortos”.