Numa declaração de duas páginas e com mais seis só com assinaturas, 50 oficiais que exerceram funções na Casa Branca com presidentes ligados ao Partido Republicano vieram assumir que não vão votar em Donald Trump nas eleições presidenciais de 8 de novembro nos Estados Unidos. E aconselham os americanos a seguir-lhes o exemplo.
Estes antigos funcionários, que acompanharam presidentes como Richard Nixon, Ronald Reagan ou George Bush, o pai e o filho, alegam que um presidente da ala republicana tem de ter certas qualidades pessoais reconhecidas por aqueles com quem trabalha. No caso de Trump, dizem com base nas suas experiências, não será possível isso acontecer com Donald Trump.
Numa carta aberta ao povo americano, escrevem que “Donald Trump não tem as qualificações necessárias para ser presidente e o Comandante das Forças Armadas Americanas”. A sua eleição, defendem, “estaria a meter em risco a segurança do país”.
“Falta de carácter, de valores e de experiência” são alguns dos defeitos que lhe apontam a nível mais pessoal, mas também sublinham o desconhecimento de Trump das bases pelas quais se sustenta a democracia americana, como a Constituição dos Estados Unidos da América e as leis que vigoram no país. Acrescentam ainda que o magnata não tem qualquer conhecimento sobre os interesses nacionais, acusando-o de elogiar constantemente os inimigos e denegrir países aliados. Por fim, destacam-lhe a falta de temperamento e a incapacidade de ouvir conselhos para lhe colarem o rótulo de “imprudente”.
Os 50 ex-funcionários da Casa Branca não chegam a apelar ao voto na candidata democrata Hillary Clinton, mas fica claro que não querem ver Donald Trump na presidência.
Em resposta, o candidato do Partido Republicano afirmou que os seus signatários da carta fazem parte da “elite de Washington que quer continuar agarrada ao seu poder e que em breve serão responsabilizados pelos seus atos”. E garantiu que a sua ideia de política externa “procura a paz sobre a guerra, procura fazer frente aos ditadores estrangeiros, pretende reconstruir as forças militares dos Estados Unidos e fazer com que os outros países paguem um valor justo pela sua defesa”. O objetivo supremo, concluiu, é “fazer a América grande outra vez”, como diz o slogan da sua campanha.