Donald Trump quer recuperar um método agressivo de interrogatório conhecido por waterboarding, proibido em 2006 nos Estados Unidos pela administração de George W. Bush – por ser ineficaz e potencialmente ilegal – e mais tarde considerado por Barack Obama um ato de tortura.
“O que vocês acham do waterboarding? Eu gosto muito. Não acho que seja suficientemente duro. Não é a coisa mais bonita, mas são amendoins quando comparado com outras alternativas”.
Passavam poucas horas do atentado de terça-feira em Istambul, Turquia, quando o presumível candidato republicano à presidência dos Estados Unidos se dirigiu nestes termos aos seus apoiantes. Num comício no estado do Ohio, defendeu que era preciso “combater o fogo com fogo” e, “se eles [Estado Islâmico] podem cortar cabeças e afogar pessoas dentro de jaulas de ferro”, os Estados Unidos deviam responder com outras armas, argumentou: “Vivemos em tempos medievais. Temos de lutar brutalmente e violentamente porque estamos a lidar com pessoas violentas.”
Não é a primeira vez que Trump faz a apologia do waterboarding, um método utilizado pela CIA após o 11 de setembro para tentar vergar suspeitos de terrorismo e obter informações. Em novembro passado, o milionário nova-iorquino garantiu aos seus apoiantes que, se for eleito presidente, podiam “apostar o que quisessem” em como irá recuperar este técnica que simula um afogamento. “Num segundo. E aprovaria mais do que isso. Resulta. E mesmo que não resulte eles merecem-no de qualquer maneira por aquilo que nos fazem”.
O waterboarding é contrário aos princípios estabelecidos pela Convenção de Genebra, que proíbe a tortura em prisioneiros de guerra. Consiste em imobilizar um prisioneiro deitado com a cabeça inclinada para baixo e a boca tapada, causando a sensação de afogamento quando lhe é atirada água para a cara.