Dentro do Stade de France, nada menos que 79 mil pessoas para assistir ao jogo amigável da seleção francesa com a alemã, na sexta-feira. E, no entanto, os três bombistas suicidas fizeram-se explodir em ruas pouco movimentadas – um deles, num beco sem saída, a 500 metros do estádio. Porquê é, para já, uma pergunta sem resposta.
Seria difícil passar pela segurança, com os cintos de explosivos (um tentou entrar, mas não tinha bilhete), mas os momentos de entrada e saída do estádio apinhado parecem mais óbvios para quem tivesse a intenção de matar e provocar o pânico.
Mas se o balanço da sexta trágica em Paris conta 129 mortos, apenas um se deve a esta “equipa” de terroristas encarrregue do primeiro alvo da noite.
Enquanto o caos tomava conta da capital francesa, as autoridades decidiram que seria mais seguro manter os espectadores dentro do estádio e deixar prosseguir o jogo.
Segundo o ministro francês do Desporto, Patrick Kanner, esta decisão foi crucial. “Os eventos trágicos [no estádio] tiveram um impacto limitado em termos de perdas humanas devido ao grande profissionalismo e compostura das equipas que trabalham no estádio, considerou.
O presidente da Federação francesa de Futebol, Noel Le Graet, é da mesma opinião: “Aconteceram coisas trágicas fora do estádio, mas dentro, a polícia, os organizadores e os espectadores foram exemplares”, afirmou, em declarações ao L’Equipe. «Nada de esmagamentos, nada de pânicos. Podia ter sido uma verdadeira castástrofe. Não foi o caso.”
Uma das teorias da polícia assume que os terroristas nunca esperaram conseguir entrar no estádio e planeariam provocar as explosões durante as entradas e saídas do local. O facto de o terem feito quando as dezenas de milhares de pessoas de pessoas já se encontravam a assistir ao jogo não passará de um erro de ‘timing’. Mas é apenas uma teoria. «Todos têm uma teoria», diz um agente, que pediu anonimato à Associated Press.