O coordenador de relações internacionais do Syriza, Panos Trigazis, afirmou hoje à agência Lusa esperar que a vitória do partido de esquerda na Grécia possa ser um estímulo para os movimentos progressistas em Portugal.
“Espero que a nossa vitória inspire as forças progressistas em Portugal. Temos muito em comum, desde o nível de desenvolvimento económico até aos problemas que enfrentamos, como o desemprego. Por isso, espero que o que se está a passar na Grécia, a vontade de mudança, seja uma motivação para Portugal”, disse Trigazis, conselheiro próximo de Alexis Tsipras.
Trigazis disse esperar que o movimento de mudança que o Syriza representa seja “um impulso e um encorajamento para o movimento em toda a Europa, mas especialmente para o sul da Europa”.
Nas eleições legislativas antecipadas o Syriza conseguiu 35,47%. Os conservadores da Nova Democracia, liderados por Vangelis Meimarakis, obtiveram 28,07%.
Em Atenas, no pavilhão onde o Syriza se prepara para celebrar a vitória das eleições, estão presentes representantes de movimentos de esquerda de França, Itália e de Espanha, em particular do Podemos.
Panos Trigazis considerou o dia de hoje um “dia memorável para celebrar por todos os gregos”.
O conselheiro adiantou ainda à Lusa que o Syriza não quer “uma situação como a que aconteceu em janeiro [quando o Syriza venceu as legislativas]”: ” Não queremos um Governo de sete meses, queremos um Governo para quatro anos e tentaremos formar alianças para conseguir isso”.
Panos Trigazis disse que o caminho a seguir, a partir de segunda-feira, é “começar a trabalhar para tentar aliviar os principais problemas dos gregos: a pobreza e o desemprego e combater o racismo.
“É preocupante que o Aurora Dourada [partido neonazi] se mantenha como terceiro partido na Grécia”, disse ainda.
“Queremos também contribuir como Governo para dar resposta ao grande problema que a Europa enfrenta atualmente, o problema das migrações e dos refugiados. Queremos contribuir para a definição de uma política europeia de migração numa direção que encare este problema com base nos valores que nasceram neste continente – liberdade, fraternidade e igualdade”, sublinhou.