Exilado no Cairo, Ahmed Gaddaf al-Dam, que concedeu uma entrevista ao MailOnline, avisa que o Estado Islâmico planeia um atentado à escala do 11 de Setembro na Europa “dentro de dois anos” e que as forças da organização terrorista na Líbia estão a recrutar elementos com promessa de “virgens brancas”.
Segundo o primo do deposto líder líbio, “não menos do que meio milhão” de emigrantes vão partir da Líbia em direção à Europa, uma “onda” que incluirá milhares de terroristas e que, alega, vai culminar num ataque terrorista de grandes dimensões.
“Há muitos terroristas entre eles [os emigrantes], entre 10 e 50 por cada mil. Dentro de um ou dois anos, haverá outro 11 de Setembro”, prevê, contrariando as autoridades europeias que consideram existir poucas provas de que a ameaça real esteja nos emigrantes, uma vez que a maioria dos atentados em cidades europeias, incluindo o caso do Charlie Hebdo, foram levados a cabo por terroristas nascidos na Europa.
Ahmed Gaddaf al-Dam alega que os militantes islâmicos começaram a seduzir os aspirantes à emigração para a Europa da África subsariana, levando-os para os seus campos de treino e transformando-os em soldados, com a promessa das “virgens brancas”.
A solução? Um diálogo que o primo de Kadafi se propõe mediar, sentando-se à mesma mesa que o Estado Islâmico “Estamos a trabalhar para salvar a Líbia”, insistiu, ao longo da entrevista.
Depois de as eleições do ano passado no país terem sido interditas a qualquer elemento da família Kadafi, Gaddaf al-Dam assegura que muitos líbios lamentam agora a revolução e querem o regresso do clã ao poder. “Temos de ser parte da solução. O povo quer-nos de volta”, garante.