O novo plano de diretrizes sobre as injeções surge com base num estudo elaborado em 2014 pela OMS, cujos dados revelados são preocupantes. Em 2010, 1,7 milhões de pessoas foram infetadas com o vírus da Hepatite B, 315.000 com Hepatite C e 33.800 com HIV em virtude do uso indevido de injeções.
“Milhões de pessoas podiam ter ficado protegidas contra as infeções transmitidas por injeções se todos os programas de saúde utilizassem seringas de uso único”, recomenda a OMS.
A prática das novas seringas – as chamadas “seringas inteligentes”, por terem um disposito que impossibilita uma segunda utilização – têm como principal objetivo assegurar a proteção de milhões de pessoas das doenças infecciosas, e quebrar hábitos por parte dos próprios programas de saúde institucionalizados que recorrem ao uso da mesma seringa para administrar injeções a diferentes utentes.
“Nós temos conhecimentos das razões que levam isto a acontecer”. As palavras são do Dr. Edward Kelley, diretor do Departamento de Serviços de Entrega e Segurança da OMS: “Uma das razões é que as pessoas já esperam receber as injeções, pois acreditam que se trata do tratamento médico mais efetivo”, disse.
Cerca de 16 mil miliões de injeções são administradas todos os anos, 90% das quais são aplicadas para administrar medicamentos. Nestes casos, muitas destas injeções podem não são necessárias e, devem ser substituídas pela administração do medicamento por via oral”, avisa a OMS.
Enquanto as seringas que existem atualmente no mercado custam entre 0.03 e 0.04 dólares (€0.026 e €0.035) para um organismo das Nações Unidas, as “seringas inteligentes” têm um custo que ascende o dobro do valor.