O recém-eleito Governo grego de Alexis Tsipras está a dificultar uma série de sanções que a União Europeia pretende impor contra a Rússia devido à nova escalada de violência no leste da Ucrânia. Atenas considera que a UE “ignorou o procedimento normal de notificação” destas novas medidas. A União, apesar disso, nega estas acusações. Os Ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28, foram convocados esta quinta-feira de urgência para concretizar as novas medidas restritivas contra Moscovo, enquanto tentam evitar o veto grego. Com uma posição que pretende suavizar estas medidas contra a Rússia, o Executivo helénico tem, agora, como objetivo fazer de ponte entre a UE e o país russo.
“A Grécia está a trabalhar para restaurar a paz e a estabilidade na Ucrânia e ao mesmo tempo está a trabalhar para prevenir que se abra uma fenda nas relações entre a União Europeia e a Rússia,” declarou esta quinta-feira Nikos Kotzias, Ministro dos Negócios Estrangeiros grego, segundo conta a France Press.
Perante este distanciamento da Grécia, o Presidente do Parlamento Europeu, o socialista alemão Martin Schulz, apressou-se a desmentir que Atenas “siga o seu próprio caminho” e assegurou, depois da visita oficial à capital grega, que esse “não será o caso.” A chefe da diplomacia europeia, Frederica Mogherini, pediu “unidade” para manter “a pressão” que exerce a UE neste conflito, em que mais de 5000 pessoas já morreram, segundo dados da ONU.
Pouco tempo antes da reunião extraordinária dos Ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 em Bruxelas, convocada depois dos atentados registados em Mariupol que resultaram em trinta mortos no passado sábado, o titular da pasta dos negócios estrangeiros espanhol, José Manuel García-Margallo, garantiu que o encontro tem como objetivo “condenar os ataques em Mariupol, restabelecer um clima de diálogo e manter as sanções à Rússia.” Margallo comentou, também, o afastamento de Atenas da aplicação de mais sanções contra a Rússia e assegurou que a mudança de Governo na Grécia não é “determinante” para alterar o equilíbrio de forças na UE.