O advogado da publicação, Richard Malka, garantiu à rádio France Info que a revista vai incluir outras sátiras sobre políticos e religiosos, pois “esse é o espírito de ‘Eu sou Charlie'”.
“Nunca vamos ceder. Se não, nada disto teria sentido”, frisou o advogado e colaborador do semanário, onde dois homens armados mataram na passada quarta-feira 12 pessoas, alegadamente numa represália pela publicação de caricaturas do profeta do islão.
Este atentado, e outros dois cometidos, na quinta e na sexta-feira, por outro fundamentalista islâmico mataram mais cinco pessoas.
No domingo, 3,7 milhões de pessoas manifestaram-se em França contra o terrorismo.
O Charlie Hebdo costuma pôr à venda 60.000 exemplares, mas a edição de quarta-feira vai ter um milhão e será traduzida em 16 idiomas, explicou um dos caricaturistas, Patrick Pelloux.
“Terá uma difusão excecional como gesto de vida e sobrevivência”, disse o advogado. Outro redator, Gérard Biard, explicou à rádio que não pretendem fazer um obituário.
Para Malka, o lema tornado popular depois dos atentados “Eu sou Charlie” é um “estado de espírito, que também quer dizer o direito à blasfémia” e, por isso, a nova edição vai incluir caricaturas de Maomé.
O atentado de quarta-feira matou oito jornalistas do Charlie Hebdo, entre os quais o diretor, Charb, e quatro dos mais conhecidos caricaturistas de França.
Os restantes elementos da redação refugiaram-se nos escritórios do diário Libération para continuarem a trabalhar, protegidos por um considerável dispositivo policial.
O jornal Le Monde contribuiu com cinco computadores e material informático para que o Charlie Hebdo possa voltar às bancas.