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Kim Jong Il sucedeu ao pai na liderança da Coreia do Norte. Aquando da morte de Kim Il-sung, o “Grande Líder”, em 1994, ascende ao poder. Nessa data, ele já era Presidente da Comissão Nacional de Defesa e Comandante Supremo do Exercito Popular mas só em 1997 recebe o título de secretário-geral do partido dos trabalhadores, o que lhe permitiu ser reconhecido, oficialmente, como o líder da Coreia do Norte.
A liderança de Kim Jong Il, o “Querido Líder” ou “Líder Supremo”, começou a ser cimentada ainda antes da sua chegada ao poder. Durantes os anos 80, ele o pai iniciaram um processo de centralização do poder. Quando sucedeu a Kim Il-sung, continuou o processo e sustentou-o numa lógica de culto da personalidade. As imagens Kim Jong Il estavam espalhadas por toda a Coreia do Norte.
Em 2008, começaram a circular rumores de que o líder norte-Coreano estaria gravemente doente. Algumas das notícias nunca foram confirmadas mas a verdade é que, em 2009, Kim Jong Un, filho mais novo dos três de Kim Jong Il, foi nomeado pelo pai como o futuro líder do país.
A morte do “Querido líder” dá, agora, início a um novo ciclo no regime norte-coreano mas o futuro é ainda indefinido. Parece clara que o poder ficará mesmo nas mãos de Kim Jong Un, mas muitos analistas acreditam que o filho do ex-líder poderá não estar apto para a tarefa que o espera.
Vitor Cha, perito em política Norte-Coreana e membro do conselho nacional de segurança da Casa Branca, citado pela CNN, declarou que Kim Jong Un não “está preparado” para assumir a liderança do país. Vários analistas têm salientado que só em 2008 é que terá começado, de facto, a formação do futuro líder, aquando dos alegados problemas de saúde de Kim Jong Il.
Para Bruce Kligner, especialista em política asiática, Kim Jong Un é um “pálido reflexo do pai e do avô”. Citado pela agência Reuters, o analista relembrou que Kim Jong Il “teve décadas de preparação” ao contrário do seu sucessor. Bruce Kligner afirmou, ainda, que poderá “sentir a necessidade de precipitar uma crise para provar a sua coragem a outros lideres ou para desviar as atenções das falhas do regime”.
A comunidade internacional está atenta aos acontecimentos na Coreia do Norte. A China já fez saber que pretende manter o relacionamento com a nova liderança norte-coreana. O ministro dos Negócios Estrangeiros Chinês, citado pela agência de notícias Xinhua, disse que a China estava “confiante na capacidade do povo da Coreia do Norte em transformar a angústia em forças”. O governo Japonês, também já se pronunciou sobre a morte de Kim Jong Il. Citado pela agência Reuters, o chefe de gabinete de Osamu Fujimura mostrou-se apreensivo: “Esperamos que este evento súbito não afecte a paz e a estabilidade da península coreana”. Os EUA manifestaram, igualmente, preocupação com a possível perturbação nas relações entre os países asiáticos e principalmente nas dos seus aliados.
Kim Jong Un vai liderar uma das maiores potências asiáticas. Dele pouco se conhece. A pouca abertura do regime norte-coreano não permite que as informações circulem. Sabe-se que estará perto de atingir os 30 anos, embora não se consiga definir com clareza se terá 27, 28 ou 29. Quanto à formação académica, pensa-se que terá estudado na Suíça entre 1998 e 2001. Citado pela CNN, Joao Micaelo, que terá alegadamente frequentado a faculdade com Kim Jong Un, define o colega como “um rapaz normal interessado em desporto, jogos e computadores”.
Depois da morte do pai, líder que o país chora e que será enterrado no próximo dia 28 de Dezembro, Kim Jong Un vai assumir o poder de um regime sobre o qual recaíram sempre os olhares da comunidade internacional. Para Vitor Cha, “ninguém tem ideia do que vai acontecer”. O mundo terá de aguardar para conseguir perceber qual será o rumo da Coreia do Norte.