A Polónia viu Anna Grodzka, uma transexual de 57 anos, chegar esta terça-feira, a uma cadeira parlamentar do Partido Movimento Palikot que, nas últimas eleições, venceu 10% dos lugares no parlamento.
Anna Grodzka era conhecida como Krzystof, antes da cirurgia de mudança de sexo realizada na Tailândia, há um ano e meio. Antes da intervenção cirúrgica, a nova parlamentar era casada com uma senhora e, segundo a BBC Brasil, tem um filho desse casamento
A Polónia é um país conhecido por ser conservador e pela presença particularmente forte da Igreja Católica, que deverá “procurar entender o que este acontecimento significa”.
O Palikot, partido político pelo qual foi eleita em Outubro, Anna Grodzka, tem-se destacado pela postura anticlerical e pelas críticas a padres católicos que se envolvem na política polaca.
Este partido defende a legalização das drogas leves, do aborto e do casamento entre homossexuais, e a prova de que tem ganho terreno no país é a eleição de Anna Grodzka, a primeira transexual a tomar posse no parlamento polaco.
Há quem afirme que a Igreja Católica polaca está a perder força face a estas questões, e a exercer cada vez menos influência sobre os jovens.
Segundo Anna Grodzka, a pior reação à sua transexualidade acontece junto da imprensa e de outros políticos. “Eles tentam usar contra mim o facto de eu ter sido um homem” declarou à BBC. Na rua, a reação das pessoas é normalmente favorável, à exceção de alguns episódios de agressividade.
Maciej Zieba, o ex-chefe da Ordem Dominicana na Polónia acredita que “o elevado número de votos do Palikot é um desafio para igreja que terá de se dirigir de uma forma criativa e confiável especialmente para o público jovem”.