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“Eles traziam uma pessoa de cada vez e mandavam-me disparar contra eles”, conta Nisreen, à CNN. A jovem pertecia à unidade feminina da milícia popular de Muammar Kadhafi, depois de ter sido tirada dos cuidados da mãe, doente com cancro, há um ano.
Nisreen foi treinada para manuesar armas e mantida no quartel-general da 77ª Brigada, junto ao complexo residencial do líder líbio. Todas as mulheres que compunham a´unidade foram mantidas afastadas das suas famílias. Umas, recorda a adolescente, eram ferverosas apoiantes do regime. Não era o seu caso, mas não podia fugir.
A sua situação havia de piorar em Fevereiro deste ano, quanto começou a revolta. A líder da unidade entregou-a ao comandante, que a terá violado, o que, de resto, terá acontecido a todas as mulheres da unidade.
Deitada numa cama de hospital vigiada por um guerrilheiro rebelde, Nisreen fala baixinho, entrecortando os seus relatos com pesados silêncios.
“Eram todos tão novos”, diz, referindo-se às “suas” vítimas.
A jovem conseguiu fugir saltando de um segundo andar de um edifício palco de confrontos, acabando por ser capturada pelos rebeldes, que planeiam julgá-la, embora, refere a CNN, muitos pareçam ter pena dela.