“Penso que não há um padrão de sobrevivência”, afirmou à CNN John Eakin, um perito em aviação.
Contando com o acidente de terça-feira com um A310 da Yemenia Air, são 13 os casos de um único sobrevivente a quedas de aviões, desde 1970. Desse total, cinco eram menores e quatro eram elementos da tripulação, o que deixa para os passageiros adultos uma taxa de apenas 25 por cento.
A sobrevivência dos tripulantes pode explicar-se, em parte, pela sua localização no cockpit e proximidade das janelas. Os comissários de bordo usam também frequentemente cintos que prendem os ombros enquanto estão sentados, analisa David Noland, que tem livros publicos sobre acidentes aéreos.
O local onde cada um está sentado pode ser um factor a ter em conta para explicar uma sobrevivência, concorda Eakin, mas apenas por poder estar mais distante do ponto de impacto.
“Acho que não há nenhum tipo de avião ou lugar que possa ter mais possibilidades de sobrevivência, porque isso depende do impacto do aparelho”, explica o especialista. “Por vezes os sobreviventes estavam sentados junto à causa, outras à frente”, acrescenta.
O escritor Nolan, num artigo para uma revista, em 2007, apresentou outra teoria, depois de analisar 20 acidentes de avião nos Estados Unidos, nos quais tenha havido pelo menos um sobrevivente e um morto. As estatísticas parecem indicar que os lugares mais atrás no avião são mais seguros em caso de acidente.
“Os passageiros que viajam perto da cauda do avião têm cerca de 40% mais possibilidades de sobreviver a um acidente do que os que se sentam nas primeiras filas”, concluiu Noland.
“Para mim é óbvio: se se atinge alguma coisa a grande velocidade, a frente fica mais esmagada que a traseira”, defende o escritor, à CNN. “Os aviões não embatem em montanhas a andar para trás”.
Quanto maior, mais seguro
Por outro lado, aviões de maior porte, como os Boeing 747 e 777 eos Airbus A310 e A330, tendem a registar mais sobreviventes a quedas do que aparelhos mais pequenos.
Em conjunto com Eakin, Todd Curtis, director da Fundação Airsafe.com, estudaram o caso do acidente de 1989 com o voo 232 da United Airlines, que teve sérias dificuldades para aterrar, depois de o piloto ter sido obrigado a tentar a manobra sem os controlos hidráulicos do aparelho. Das 265 pessoas a bordo, 111 morreram, mas 185 sobreviveram.
O vídeo da aterragem em Sioux, Iowa:
“Qualquer pessoas que veja o vídeo diz que ninguém pode ter sobrevivido a algo assim”, diz Curtis, que sublinha que não foi encontrado nenhum padrão entre os que escaparam com vida.
Neste caso, Eakin aponta a proximidade de uma saída como o factor determinante.