O hotel, inaugurado em 1903, é muito popular entre a elite de Bombaim, a capital financeira da Índia. A noite da última quarta-feira espelhava isso mesmo, quando começaram os disparos e explosões. Grupos de homens armados irromperam no hotel – e também noutro e em restaurantes, hospitais, estações de comboio – lançando o pânico. Dalbir Bains, proprietária de uma loja de lingerie na cidade, tinha acabado de se sentar para jantar junto à piscina quando se ouviram os primeiros disparos. Correu pelas escadas e refugiou-se debaixo de uma mesa no restaurante do piso superior, tentando, com outras 50 pessoas, passar despercebida. “Os tiros seguiam-nos”, conta à Associated Press. Só às 4h00, mais de seis horas depois dos primeiros disparos, é que as autoridades começaram a evacuar o hotel. Antes, um grupo que estava a jantar, guiado pelos seguranças do hotel, tinha conseguido fugir: muitos descalços, para não fazer barulho, chegaram a descer cinco degraus de cada vez mais de 20 lances das escadas em caracol. Dois homens transportaram uma mulher numa cadeira de rodas, relata Manrico Iachia, o vice-presidente executivo da Europ Assistance, uma companhia de seguros. Do lado de for a do hotel, viam-se várias silhuetas às janelas dos quartos, aparentemente incapazes de atravessar a cortina de fogo que entretanto deflagrou. Muitos arremessavam os punhos de encontro aos vidros, outros acendiam e apagavam as luzes numa tentativa de chamar a atenção e um casal conseguiu improvisar uma bandeira branca que agitavam à janela.Outras cerca de 200 pessoas, entre funcionários do hotel, frequentadores do restaurante e participantes numa conferência, esconderam-se durante cinco horas num auditório no topo da torre Taj, adjacente ao hotel. Correram as cortinas e esconderam-se debaixo das mesas.
