O ano de 2025 deverá começar com uma subida generalizada dos preços. Apesar das descidas das taxas de inflação, diversos bens e serviços vão passar a custar mais aos portugueses, incluindo as telecomunicações, portagens, rendas e até o pão.
As rendas, por exemplo, podem vir a custar mais 2,16% aos portugueses no próximo ano, de acordo com o aviso do coeficiente de atualização de rendas, publicado esta quinta-feira, 26, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Um aumento que equivale a uma subida de 2,16 euros por cada 100 euros de renda, ou seja, uma renda que custe 750 euros poderá vir a aumentar cerca de 16,20 euros em 2025.
Esta subida poderá vir ser mais acentuada para alguns inquilinos, uma vez que os senhorios que não atualizaram a renda nos últimos dois anos têm agora a possibilidade de somar os coeficientes de 2023 e de 2024 aos 2,16% de 2025, num total de 11,1% de aumento. Contudo, esta atualização não é obrigatória e os senhorios podem optar por não aumentar os preços das rendas.
Também a fatura das telecomunicações pode vir a aumentar para algumas pessoas, uma vez que os preços das comunicações da Altice Portugal – detentora da Meo – vão sofrer uma atualização em 2025, conforme o contratualmente previsto. Os seus serviços Uzo (digital) e Moche (para jovens), no entanto, vão manter os valores atualmente praticados. Já a NOS, tal como anunciado em novembro desde ano, não vai aumentar os preços dos seus serviços e tarifários. A Vodafone ainda não consegue antecipar informação sobre o tema.
Alguns produtos alimentares, como o leite e o pão, também vão ficar mais caros. O leite e outros produtos lácteos deverão manter a trajetória de preços crescente verificada nos últimos meses de 2024, provocada pela subida dos custos de produção (como gasóleo e eletricidade), e continuar a aumentar. O preço do pão também deve subir no próximo ano, influenciado pelos custos de produção e pelo salário mínimo nacional.
Já o preço das portagens deverá aumentar 2,21%, tendo por base o valor da inflação homóloga sem habitação de outubro, determinado pelo INE, ao que acresce 0,1% de compensação às concessionárias. Prevista no decreto-lei n.º 294/97, a fórmula que estabelece o aumento do preço das portagens de ano para ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de novembro (data-limite para os concessionários comunicarem ao Executivo as suas propostas de preços para o ano seguinte). Segundo os dados divulgados pelo INE esta quinta-feira, o referencial de inflação situou-se em 2,11%. A este valor acresce 0,1%, na sequência de um acordo celebrado com as concessionárias das autoestradas para as compensar pelo travão imposto a uma subida na ordem dos 10% em 2023.
Também o preço dos transportes públicos deverá aumentar cerca de 2,02% em 2025, segundo a taxa de atualização tarifária com base nos dados do INE sobre a inflação. Os passes Navegante e bilhetes ocasionais referentes à Carris Metropolitana vão, no entanto, manter os preços atuais.
Eletricidade é exceção
A eletricidade será a exceção à subida de preços de bens e serviços, estando prevista a diminuição das tarifas no mercado regulado e liberalizado no próximo ano. Devido à alteração legislativa, aprovada no parlamento, que aumenta o valor do consumo de energia sujeito à taxa reduzida de IVA (6%), os mercados regulados de eletricidade vão registar reduções entre 0,82 e 0,88 euros.
Já no mercado liberalizado, foram anunciadas pela EDP Comercial e Galp reduções de 6% na componente de eletricidade na fatura, motivadas pela melhoria das condições de mercado. De acordo com a EDP, as faturas dos seus consumidores deverão baixar, em média, 7%, a partir de 1 de janeiro de 2025.