“Estes dados [do Instituto Nacional de Estatística] permitem ter mais confiança de que iremos atingir, no ano de 2024, o crescimento que temos previsto, que é um crescimento de 1,5% do PIB num contexto de abrandamento significativo [da economia] na União Europeia”, disse Medina à Lusa numa entrevista à margem da reunião de ministros de Finanças, ministros de Bancos Centrais do G20, realizada na cidade brasileira de São Paulo.
“A União Europeia para nós é um espaço económico muito importante, porque é o local de destino da larga maioria das nossas exportações e, por isso, a força desse mercado consumidor dos produtos portugueses é muito relevante às exportações portuguesas, mas esses dados mostram que teremos capacidade de atingir os dados que estão inscritos no Orçamento do Estado e isso é uma boa notícia”, acrescentou.
A economia portuguesa cresceu 2,3% no ano passado e 2,2% no quarto trimestre em termos homólogos, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), confirmando os dados da estimativa rápida do final de janeiro.
Já em cadeia (face ao trimestre anterior), o INE também confirmou que o PIB subiu 0,8% no último trimestre de 2023, escapando à recessão técnica (dois trimestres seguidos de contração).
À Lusa, o ministro das Finanças ressaltou que “Portugal teve em 2023 um crescimento muito forte, o terceiro mais alto de toda a União Europeia, aliás, seguindo-se a dois anos de forte crescimento no ano de 2022 e 2021”.
“Portugal superou largamente a média da União Europeia e superou largamente a generalidade dos países europeus. Foi um ano de convergência muito rápida com União Europeia”, completou Medina.
O chefe da pasta das Finanças também citou dados recentes sobre o mercado de trabalho registados no país para balizar a perspetiva de confirmação das previsões para 2024.
“O emprego continua a subir Portugal o que é muito importante. [Houve] uma descida no desemprego a população desempregada, quando registamos em termos homólogos comparando o mesmo período do ano passado, isto é, retirando os efeitos sazonais. A confirmação dos dados hoje [mostra que] são muito bons os resultados na economia portuguesa no ano de 2023”, avaliou.
Questionado sobre os dados da inflação em fevereiro, Medina disse que os preços vêm mantendo uma tendência de queda no país.
A inflação em Portugal tem estado, como em todo mundo, muito dependente do que tem sido a evolução dos produtos energéticos do qual Portugal não determina os preços, não controla os preços”, justificou o ministro das Finanças.
A taxa de inflação em Portugal terá sido de 2,1% em fevereiro, menos 0,2 pontos percentuais do que em janeiro, segundo a estimativa rápida do INE também divulgada nessa quinta-feira.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 2,2% em fevereiro, contra 2,4% no mês precedente.
Medina avaliou que os mercados apoiam a redução da taxa de inflação em Portugal e na Europa e também sinalizou interesse do país em que haja uma redução das taxas de juros na UE.
“A inflação tem mostrado sinais de um controlo muito significativo, por isso, temos apelado a que seja visto com atenção por parte do Banco Europeu a política de taxa de juros no sentido em que a partir de um determinado momento os riscos de taxas de juros altas sobre o crescimento económicos são maiores do que os benefícios sobre a redução da inflação que hoje já apresenta resultados muito contidos”, concluiu.
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