Uma maré de turistas mantém à tona o navio económico europeu. Num verão marcado por inflação, juros elevados, economia a arrefecer e fenómenos climáticos extremos, a injeção de dinheiro estrangeiro é um dos poucos indicadores que mostram vitalidade. No entanto, é cada vez mais incerto até quando poderemos contar com ele. E uma onda turística demasiado alta arrisca encharcar a economia
Até julho, os hotéis portugueses receberam 10,1 milhões de hóspedes estrangeiros. Um aumento de 24,6% face a 2022 e de 10% face a 2019, o último ano antes da pandemia. As dormidas também estão a aumentar mais de 19%. Números fortes – ainda sem o efeito Jornada Mundial da Juventude – que se refletem na economia. As exportações de serviços aumentaram 12% e 20% no primeiro e no segundo trimestres, respetivamente. Numa altura em que as exportações de bens estão quase a estagnar, é um dos principais motivos para a procura externa estar a ajudar mais do que a procura interna no crescimento homólogo do PIB.