“Tem havido o mau hábito, e mau hábito em períodos de crise, de tentar fazer um brilharete com o que no fundo é a vida das pessoas e tentar sempre superar a meta do défice e ir para um défice menor do que foi apresentado como maneira de acalmar os mercados internacionais mas por cima da vida das pessoas. O Livre considera que isso seria um enorme, um trágico erro neste exercício orçamental que está a decorrer”, defendeu Rui Tavares.
O deputado único do Livre falava aos jornalistas depois de ter sido o primeiro a reunir com o ministro das Finanças, Fernando Medina, e a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que hoje apresentam aos partidos o cenário macroeconómico que servirá de base à proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.
Rui Tavares confirmou que o Governo mantém o objetivo de 1,9% do défice para o exercício orçamental de 2022, mas deixou o aviso ao executivo de que “ter uma almofada e poder ajudar as pessoas num dos momentos mais difíceis das ultimas décadas e não as ajudar seria um grande erro”.
Questionado pelos jornalistas, o deputado não quis adiantar valores que tenham sido detalhados pelo executivo na reunião sobre o cenário macroeconómico, dizendo apenas que o Governo “aceita que há um abrandamento no crescimento e continua a excluir um cenário de recessão”.
Quanto a eventuais negociações com o Governo sobre a proposta orçamental, Tavares sublinhou: “A maneira como abordaremos a discussão do Orçamento para 2023 depende muito da maneira como vemos as medidas que foram aprovadas conjuntamente para 2022 serem levadas a sério”.
A proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2023 vai ser entregue na próxima segunda-feira, dia 10.
ARYL (PMF) // ACL