Quem passa no cruzamento da Avenida João XXI com a Rua do Arco do Cego, em Lisboa, não deixa de reparar na “dimensão” e “imponência” da gigantesca sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Os dois adjetivos não foram escolhidos ao acaso para falarmos sobre o edifício que, até final do ano, será a nova casa de uma parte do Governo. Foram usados por Rui Vilar, o antigo presidente do banco público que, a pedido da VISÃO, recordou as polémicas e os imbróglios – mas também alguns episódios divertidos –, que teve de enfrentar para gerir a derrapagem nos custos, o atraso na obra e ainda o gosto duvidoso do projeto de arquitetura.
“O impacto urbanístico do novo edifício era objeto de muitas críticas”, diz Rui Vilar, o gestor que em outubro de 1989 viria a ser nomeado presidente da CGD, com duas missões prioritárias: preparar o banco para a concorrência do mercado único europeu e “conter os custos da construção do edifício-sede, que tinham derrapado”. Os 7,5 milhões de contos inicialmente orçados pelo seu antecessor, Oliveira Pinto, vieram por aí acima, ultrapassaram os custos do Centro Cultural de Belém e só pararam nos 41,5 milhões de contos (369,5 milhões de euros em valores atuais), de acordo com a Imprensa da época.
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