Cerca de 50 motoristas de transporte pesado de mercadorias preparam-se para sair às 17:00 do Carregado rumo a Lisboa em marcha lenta, num protesto contra a subida do preço dos combustíveis, disse o porta-voz da iniciativa.
Segundo disse à Lusa o porta-voz da plataforma “Sobrevivência do Setor”, Paulo Paiva, esta é a segunda marcha dos camionistas que ocorrerá “dentro dos limites legais de velocidade”, depois de uma outra semelhante realizada na terça-feira.
Os camiões preparam-se para sair às 17:00 do Parque Tir do Carregado, município de Alenquer, rumo a Lisboa, estando neste momento a discutir o itinerário com as autoridades policiais, indicou a mesma fonte.
A plataforma foi criada através do Whatsapp esta semana por empresários do setor que organizaram um protesto na segunda-feira, no qual cerca de 40 empresários e motoristas do setor participaram.
Já na terça-feira foi realizada uma marcha com partida do Carregado, mas os camiões não chegaram a entrar na segunda circular, em Lisboa, tendo sido barrados pela polícia, contou Paulo Paiva.
“Estamos aqui hoje a reivindicar as nossas causas, que, no fundo, partem da escalada do preço dos combustíveis, que nos torna impossível podermos trabalhar”, disse à Lusa na segunda-feira o empresário Mário Nobre, que participou no protesto.
O empresário garantiu que este protesto não tem um fim definido e que apenas terminará quando houver “condições para trabalhar”.
Mais de 200 empresários do setor do transporte de mercadorias acordaram no domingo a paralisação de 20% das suas frotas em protesto contra a subida dos preços dos combustíveis.
O encontro de domingo aconteceu um dia depois de uma reunião da Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), que admitiu que a solução para a sobrevivência das empresas de transporte de mercadorias, face à escalada do preço dos combustíveis, passa por um aumento das tarifas.
Os transportadores rodoviários de mercadorias não foram abrangidos pelas medidas anunciadas pelo Governo para mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis e que incluem, designadamente, a subida do desconto no Autovoucher de cinco para 20 euros e o prolongamento por mais três meses do apoio dado a táxis e autocarros (pagando agora 30 cêntimos por litro de combustível, em vez dos atuais 10).
DF (JO) // MSF