8 de fevereiro. A procuradora-geral adjunta norte-americana anunciava perante o país a maior apreensão financeira alguma vez realizada e a prisão de um casal nova-iorquino acusado de conspirar para lavar bitcoins roubadas em 2016, naquele que foi um dos maiores assaltos de sempre de criptomoedas. A mensagem era clara: “As criptomoedas não são um porto seguro. Nós temos a capacidade e vamos rastrear o dinheiro, independentemente da sua forma.”
O ataque à Bitfinex, à data a maior bolsa de moedas digitais do mundo, deixou marcas no ecossistema. Piratas informáticos haviam entrado no sistema e roubado 120 mil bitcoins, no valor de 70 milhões de dólares – hoje avaliadas em 4,5 mil milhões de dólares – das carteiras virtuais dos seus clientes. O impacto ia para além do negócio. Levantava dúvidas e espalhava a desconfiança em relação a um ativo que era ainda relativamente recente e à segurança das infraestruturas que o abrigavam. As perspetivas de recuperação – as bitcoins permitem rastrear todos os movimentos, mas garantem o anonimato dos seus detentores – eram virtualmente nulas. Porém, seis anos e um cartão da Walmart depois, haviam de reservar um desfecho diferente.