A descer todos os santos ajudam. E, se os últimos dois anos têm sido uma subida inclinada, na preparação do Orçamento do Estado para 2022 o Governo de António Costa tem uma longa ladeira à sua frente. A pandemia garante que não faltam obstáculos por ultrapassar, mas este é um momento de viragem de ciclo económico e entrada de novos fundos no País a um ritmo histórico, com margem de manobra nas contas públicas e um enquadramento europeu favorável.
A Covid-19 provocou um choque inédito em Portugal, empurrando o PIB do ano passado para a segunda maior contração dos últimos 150 anos. Após cinco trimestres consecutivos com quebras de atividade, a economia finalmente saltou para fora do vermelho, com um crescimento de 15,5% entre abril e junho deste ano. Embora esta variação seja inferior às perdas do mesmo trimestre do ano passado (-16,4%), o que significa que ainda não recuperámos do terramoto pandémico, ela sinaliza o arranque da retoma.