Segundo as estimativas mais recentes da Boston Consulting Group (BCG), a evolução do digital esteve em linha com o registado em outras economias europeias, representando 6% do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2019, o que evidencia uma subida de 1,3 pontos percentuais face a 2017.
Dos quase 13 mil milhões de euros de impacto do digital atingidos em 2019, a maior fatia (7,7 mil milhões de euros) corresponde a consumo privado, sendo também esta a vertente que mais contribuiu para a subida registada entre 2017 e 2019, com um acréscimo de 2,3 mil milhões de euros.
A BCG destaca, dentro da categoria do consumo privado, o papel dos canais de e-commerce, que registou 2,7 mil milhões de euros.
A consultora assinala ainda a contribuição positiva dos investimentos, públicos e privados, no aumento do digital ‘puro’ no PIB português, com um total de 5,5 mil milhões de euros e 900 milhões de euros, respetivamente.
“Já as exportações líquidas encontram-se em contraciclo e representam menos 1,4 mil milhões de euros, em 2019”, refere o comunicado hoje divulgado.
Citado no comunicado, Pedro Pereira, managing diretor e partner da BCG, sublinha que estes dados têm em conta o período anterior à pandemia, sendo de esperar que nas próximas análises estes valores “cresçam de forma mais acentuada”.
O mesmo responsável nota que, apesar da evolução registada, “existe ainda muito espaço para promover a literacia digital em Portugal”, referindo que tal depende “de esforços conjuntos entre empresas e instituições públicas”.
Os dados para o período 2017 a 2019 indicam que o panorama português é semelhante aos dos seus pares europeus, ainda que países como Itália e Espanha tenham registado crescimentos mais expressivos. Inversamente, França e Alemanha observaram ritmos mais lentos, com o impacto do digital ‘puro’ a aumentar o seu peso no PIB em 0,2 pontos percentuais e 0,8 pontos percentuais, respetivamente.
“É, contudo, no Reino Unido que o digital puro tem um maior impacto no PIB interno, consolidando-se, em 2019, nos 14,7%, um crescimento de 0,9 p.p. face ao observado em 2017”, refere a consultora.
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